"Os habitantes originais daquele lugar sabiam do que se tratava, ali pairava uma maldição secular".
Como teria acontecido o início
do incêndio no Edifício Joelma, segundo a narrativa do escritor Rodrigo de Oliveira?
No conto Nos Deixem Queimar, o
escritor é audacioso ao narrar como toda a tragédia no Edifício Joelma teria tido início através da
história de Samara, uma jovem amarga, que trabalhava com sua amiga Úrsula no
Banco Crefisul de Investimentos, num imponente edifício no Vale do Anhangabaú.
Samara não era apreciada por
seus subordinados e demais colegas de trabalho, e tinha consciência disso
justamente por sofrer de mau humor crônico.
Certo dia, na sala de Gabriel, seu chefe, enquanto lhe pedia informações relacionadas à rotina de trabalho, ela o vê derrubar no chão, de forma descuidada, uma pasta que continha diversas fotos
comprometedores de crianças.
Haveria Samara havia descoberto seu grande
segredo?
Tal descoberta acabaria por gerar uma enorme tragédia!
Rodrigo de Oliveira constrói sua narrativa como se tivéssemos um livro dentro de outro livro, já que, além de introdução e epílogo, fornece-nos seu brilhante trabalho subdivido em mais quatro capítulos.
Ao relatar toda a trágica
história acometida ao Edifício Joelma, o escritor faz um
diferencial quando mescla o fato real ao fictício ( ou vice-versa!) de forma sombria e
envolvente.
Tratou ainda de temas sérios, como, por exemplo, a pedofilia e a relação amizade X ambição, já que Samara, no
fundo, aproveitaria-se de todo o caos em torno de tudo que aconteceu com
Gabriel para tentar subir de posto mais uma vez na empresa, o que era nítido a
todos; além da possível “maldição” envolvendo aquele local.
Ao finalmente lançar a nós,
leitores, sobre as chamas que incendiaram o Edifício Joelma, através de sua
narrativa intensa pude tentar ousar visualizar todo o pânico que aquelas
pessoas vivenciaram. Obviamente que não conseguimos sequer chegar tão perto,
mas quem leu o conto de Rodrigo de Oliveira com certeza pôde sentir infelizes
labaredas no estômago por meio de todo horror por ele narrado.
Cenários muito bem relatados
sobre a agonia das vítimas, bem como a batalha travada dos bombeiros na
tentativa frustrante de resgatá-los com vida.
Um plot twist inesperado, de fazer com que qualquer um se pegue a pensar na mensagem transmitida pelo escritor ao leitor.
Sobre o autor
Rodrigo de Oliveira nasceu em 1976 em São Paulo, capital. Reside em São José dos Campos, interior de São Paulo. É casado e tem dois filhos.
Técnico em publicidade e propaganda, cursou Publicidade na Universidade Metodista e é graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela Universidade Paulista.
Além de escritor também atua como Arquiteto de Sistemas Sênior em São Paulo e é certificado especialista em gerenciamento de projetos pelo Project Management Institute sediado na Filadélfia/Pensilvânia.
Bom, pessoal, por hoje é isso! Espero que tenham gostado do segundo conto desse maravilhoso e sombrio Diário de Bordo do livro Vozes do Joelma: Os Gritos que Não Foram Ouvidos, publicado pela agora parceira do "Café", a Faro Editorial.
Beijos literários!
Beijos literários!
Esse conto do Rodrigo foi de arrepiar. De fazer pensar no que passaram aquelas pessoas no momento que o fogo começou e na parte fictícia sobre como tudo deu início, trazendo um tema tão forte também como a pedofilia.
ResponderExcluirExcelente conto!!
bjs
Oi! Foi mesmo de arrepiar! Adorei conhecer a escrita dele! Bjs
ExcluirEsse foi o conto que mais gostei do livro, fiquei conhecendo a escrita do autor nele e notei que ele escreve super bem. Agora irei partir para seus livros solos. Parabéns pelo lindo post.
ResponderExcluirTambém conheci a escrita dele através desse livro tão maravilhoso!Obrigada pela visitinha!
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